EUA: Visita de Lula pode ser última chance de Irã


Fonte: ig
Foto: Reuters
Presidente Lula desembarca em Moscou, na Rússia, para visita diplomática

A viagem do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, ao Irã neste fim de semana pode ser a última chance que o governo iraniano tem para dialogar com o mundo antes da sofrer mais sanções por causa de seu controvertido programa nuclear, informou um funcionário americano nesta quinta-feira.
"Acredito que devemos considerar a visita de Lula como uma última tentativa de diálogo", afirmou um graduado funcionário do Departamento de Estado sob condição de anonimato.
Lula visita o Irã no domingo e na segunda, depois de viajar à Rússia e ao Catar. Nesta quinta-feira ele chegou à capital russa, Moscou, em uma visita oficial cujo objetivo é impulsionar a cooperação bilateral, a reforma das Nações Unidas e do sistema financeiro internacional e o diálogo com o Irã.
Teerã protagoniza uma polêmica internacional por seu programa nuclear, que países ocidentais suspeitam ter objetivos bélicos. O governo iraniano nega as acusações.
A visita de Lula ao Irã ocorrerá enquanto os EUA tentam impulsionar no Conselho de Segurança da ONU a quarta rodada de sanções para forçar o país a suspender seu enriquecimento de urânio, que pode servir como combustível para alimentar reatores ou para a fabricação de bomba atômica.
Entretanto, a China - que, assim como EUA, Rússia, França e Grã-Bretanha, tem poder de veto no órgão - vem sendo o principal obstáculo para a aprovação. Brasil, Turquia e Líbano, que são membros rotativos do conselho de 15 cadeiras, também se opõe à medida. Para aprovar novas sanções, são necessários nove votos.
Lula defende as atividades nucleares do Irã, dizendo que o país tem direito à energia atômica. Além disso, ele também se ofereceu para mediar o conflito entre Irã e o Ocidente para evitar a imposição de sanções e persuadir o governo iraniano a cooperar com a comunidade internacional para dissipar as suspeitas de que seu programa nuclear tem fins militares
Na quarta-feira, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, "garantiu ao presidente Lula o total apoio aos esforços do Brasil para convencer autoridades iranianas a responder plenamente aos pedidos da comunidade internacional sobre o programa nuclear", indicou um comunicado do Palácio do Eliseu, sede da presidência francesa.
No dia 5 de maio, o site oficial do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, divulgou que Teerã havia aceitado a proposta oficial do Brasil de mediar para tentar quebrar o impasse sobre um acordo de troca de combustível nuclear entre o Irã e o Ocidente. O Brasil, porém, negou que tivesse feito uma proposta oficial sobre a questão.
Em abril, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, declarou, durante uma visita a Teerã, que o Brasil "poderia examinar" a possibilidade de ser sede da troca, caso existisse uma solicitação oficial. "Até agora não recebemos tal proposta, mas, se fosse o caso, poderíamos examiná-la", disse Amorim.
Questionado sobre o assunto na época, Lula disse que o mundo "precisa" de uma proposta sobre o programa nuclear iraniano que envolva não apenas Teerã, mas também as Nações Unidas.
Segundo o presidente, o Brasil está disposto a "contribuir" no processo de negociação com o Irã. "Se o Brasil puder dar uma contribuição, pode ficar certo de que nós vamos dar", disse durante uma cerimônia no Palácio do Itamaraty.
De acordo com Lula, o Brasil está "empenhado", ao lado da Turquia, nas negociações com o Irã e vem discutindo o assunto com os "principais líderes" do mundo. Lula disse ainda que está "muito otimista" com sua viagem a Teerã, no dia 15 de maio, quando se encontrará com Ahmadinejad. "Estou muito otimista de ir ao Irã e tentar conversar com o presidente Ahmadinejad sobre a melhor saída", disse.
Depois do Irã, Lula segue para Espanha e Portugal.
Por: Pb. Gidel de Morais

0 Comentários

Postagem Anterior Próxima Postagem