Operação Cara Grande desativa casas de câmbio que atuavam clandestinamente

Operação Cara Grande desativa casas de câmbio que atuavam clandestinamente



 A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal, deflagrou nesta quinta-feira, 4/3, a Operação Cara Grande, com objetivo de desativar três casas de câmbio que atuavam clandestinamente na compra e venda de moeda estrangeira e na remessa de valores para o exterior.


A operação contou com a participação de 22 policiais federais que cumpriram 6 mandados de busca e apreensão nos municípios de Vitória e Vila Velha/ES, em endereços residenciais e comerciais de proprietários e funcionários das empresas investigadas, em que foram apreendidos diversos documentos, equipamentos de mídia, além de quantia de dinheiro em espécie.


ENTENDA O CASO


A Operação Cara Grande teve início com o recebimento de denúncia anônima relatando a atuação ilegal de empresários no comércio de moeda estrangeiras.


Diligências preliminares confirmaram os fatos narrados na denúncia e mostraram que um dos empresários que vinha atuando ilegalmente já fora investigado pela prática dos mesmos crimes na Operação Paralelo, deflagrada pela PF em 2018.


Com o avanço das investigações foram identificadas três empresas que atuavam no mercado de câmbio de forma clandestina, ou seja, sem a autorização do Banco Central do Brasil.


Essas empresas compravam e vendiam moeda estrangeira em espécie e também realizavam remessas de valores para o exterior na modalidade conhecida como dólar-cabo. Nesse tipo de operação, o interessado em fazer um pagamento no exterior entrega o valor corresponde em reais para o doleiro no Brasil que, por sua vez, utiliza uma conta própria ou de terceiros no exterior para efetuar o pagamento solicitado pelo cliente.


Após o início da pandemia do Coronavírus, essas empresas deixaram de atender os clientes em seus endereços comerciais, porém não cessaram com as atividades ilegais no mercado de câmbio.


A operação policial recebeu o nome Cara Grande, porque esse é um termo muito comum entre os doleiros quando negociam a compra de dólares em espécie. A nota de cem dólares nova tem uma imagem maior do presidente Benjamin Franklin, por isso é chamada de cara grande ou caruda, em oposição às notas antigas impressas antes de 1996, chamadas de cara pequena. A alteração da imagem impressa nas cédulas foi uma das diversas reformulações promovidas pelo banco central dos Estados Unidos para dificultar a produção de notas falsas.


Ao comprar moeda estrangeira no mercado paralelo, com doleiros ao invés de instituições autorizadas, há o risco de adquirir notas falsas. Além disso, a compra e venda no mercado negro contribui para fomentar a movimentação de recursos ligados a diversos tipos de atividades criminosas, como os tráficos de drogas, armas e animais silvestres, a corrupção, a sonegação e a lavagem de dinheiro. Todas essas atividades se utilizam dos serviços de doleiros para transferir recursos entre países sem chamar a atenção das autoridades policiais.


CRIMES INVESTIGADOS


Os investigados responderão pelo crime de lavagem de dinheiro e pelos seguintes crimes previstos na Lei dos Crimes Contra o Sistema Financeiro Nacional: operar instituição financeira sem autorização e efetuar operação de câmbio não autorizada com o fim de promover evasão de divisas do País.

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